A admiração por Mozart

Fabio Mechetti, regente
Benedetto Lupo, piano
Gabriel Almeida, violino
Joanna Bello, violino

|    Fora de Série

SCHNITTKE
MOZART
TCHAIKOVSKY
Moz-Art à la Haydn
Concerto para piano nº 3 em Ré maior, K. 40
Suite nº 4 em Sol maior, op. 61, “Mozartiana”

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

O reconhecimento internacional do pianista italiano Benedetto Lupo consolidou-se após a conquista da medalha de bronze no Concurso Internacional de Piano Van Cliburn, em 1989. Ao longo de sua carreira, venceu outros inúmeros concursos e prêmios, além de ter realizado concertos e recitais nos principais teatros e salas do mundo. Como solista, já se apresentou com várias orquestras nas Américas do Norte e do Sul e na Europa. Também trabalhou com maestros reconhecidos, a exemplo de Stanislaw Skrowaczewski, Umberto Benedetti Michelangeli, Michel Plasson, Alain Lombard, Peter Maag, Kent Nagano, Daniele Callegari, Aldo Ceccato, Vladimir Jurowski e Michael Stern. De sua discografia, fazem parte registros para os selos Teldec, BMG e ARTS, com destaque para a gravação da obra completa de Schumann para piano e para o registro do Concerto Soirée de Nino Rota, que foi seu mentor nos anos de formação no Conservatório Piccinni, em Bari (Itália).

Gabriel iniciou seus estudos de violino na igreja, aos sete anos de idade. Aos dez, ingressou na Orquestra do Instituto GPA, realizando turnês fora do país e tocando em grandes palcos, como o Carnegie Hall, em Nova York, Crown Center, em Pensacola, Flórida, e o Teatro Colón, em Buenos Aires. Atuou também como solista com o Concerto para quatro violinos de Vivaldi, no Theatro Municipal de São Paulo. Participou de festivais como o Iguazu en Concierto, Summer Camp, no Pensacola Christian College, quando atuou como spalla da orquestra do festival, e o 51º Festival de Inverno de Campos do Jordão. Gabriel foi vencedor do Concurso Jovens Solistas da Sinfônica de Minas Gerais com o concerto de Brahms. Integrou a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, com a qual realizou gravações de sinfonias de Mahler e de Santoro. Durante esse período, foi aluno da violinista Maria Fernanda Krug. Estudou na Academia de Música da Osesp sob orientação de Emmanuele Baldini, colaborando com regentes e solistas como Marin Alsop, Arvo Volmer e Isabelle Faust. Ingressou na Filarmônica de Minas Gerais em 2022.

Nascida em Caracas, Venezuela, Joanna começou seus estudos de violino aos sete anos no El Sistema, com o professor Iosif Czengery. Cursou o Bacharelado em Música com Andrés Cárdenes na Universidade de Carnegie Mellon (EUA). No mesmo país, obteve mestrados em Performance e em Música de Câmara, na Universidade de Michigan, com Stephen Shipps. Recebeu o primeiro prêmio nos concursos Interlochen Intermediate Concerto Competition (EUA) e Juan Bautista Plaza (Venezuela). Entre festivais, participou do National Repertory Orchestra, Fontainebleau, Festival de Campos do Jordão e Festival Schleswig-Holstein, onde tocou por três anos e realizou turnês pela Europa e pelo Japão. Apresentou-se sob a batuta de maestros como Christoph Eschenbach, Kent Nagano, Semyon Bychkov, Christoph von Dohnany, Jaap van Zweden entre outros. Entre seus professores destacam-se Emil Friedman, Luis Miguel González, Yuval Yaron, Lenuta Ciulei e Gérard Poulet. No Brasil, foi spalla da Camerata Antiqua (Curitiba) e integra o Quarteto Guignard. Joanna ingressou na Filarmônica em 2015.

Programa de Concerto

Moz-Art à la Haydn | SCHNITTKE

Alfred Schnittke era um experimentador nato, com um talento particular para absorver e combinar sonoridades e técnicas de diferentes períodos históricos, navegando da Idade Média até a vanguarda do século XX com uma fluência pouco comum até mesmo a seus contemporâneos. “Poliestilismo” é o nome que ele deu à sua própria linguagem musical, indicando a natureza eclética e aventureira de suas criações. Escrita em 1977, Moz-Art à la Haydn promove uma justaposição lúdica entre uma suíte não finalizada de Mozart (Música para uma pantomima, K. 446) e a Sinfonia “Do Adeus”, de Haydn. A execução da obra tem uma proposta bastante teatral: a orquestra inicia a apresentação improvisando sobre a peça de Mozart na mais completa escuridão. Quando as luzes do palco se acendem, ela está dividida em dois grupos, e os violinistas à frente de cada um começam uma espécie de duelo. No final, tal como na sinfonia de Haydn, os músicos se retiram um a um do palco, até sobrarem apenas o maestro e um trio de violoncelos e contrabaixo.

Os quatro primeiros concertos para piano de Mozart são conhecidos como Concertos Pasticcio, pois trata-se de obras construídas com base em trabalhos de outros compositores. Todos eles datam de 1767, quando o jovem gênio tinha apenas 11 anos, e funcionam como "exercícios" em composição, provavelmente estimulados por seu pai, Leopold, como parte da instrução musical do filho. Mas, embora o material não seja totalmente de Mozart, os concertos demonstram, mesmo nessa fase inicial, uma compreensão segura das funções contrastantes de diferentes temas, passagens moduladoras, fechamento cadencial, tipos de textura e, principalmente, o poder do diálogo na criação de uma narrativa musical. O Concerto para piano nº 3 possui três movimentos, cada um deles inspirado em uma peça para piano solo de compositores proeminentes no período: Leontzi Honauer, Johann Gottfried Eckard e Carl Philipp Emanuel Bach. O garoto Mozart acrescentou arranjos orquestrais originais aos trechos escolhidos, além de alterar levemente as marcações de tempo indicadas pelos autores.

Tchaikovsky nunca escondeu sua grande admiração por Mozart, despertada logo na infância, quando estudava as obras do gênio de Salzburg em um pequeno órgão mecânico comprado por seu pai. "A beleza da melodia de Mozart é um mistério", dizia. Em 1887, na ocasião do aniversário de cem anos da estreia de Don Giovanni, Tchaikovsky compôs a sua quarta e última suíte orquestral como um tributo a seu ídolo, a partir de quatro peças para piano que escolheu por ainda serem pouco conhecidas na época. O primeiro movimento é inspirado na Giga em Sol maior, um fugato de curta duração e ritmo constante, com respiração a cada três notas. O segundo trata-se de um arranjo para o Minueto em Ré maior de 1787. Para o terceiro movimento, foi escolhida a transcrição para piano que Liszt fez para Ave verum corpus, obra escrita por Mozart em seu último ano de vida. Baseado nas Variações sobre um tema de Gluck, o quarto movimento é o mais longo e inspirado da suíte, no qual Tchaikovsky retrabalha as dez variações originais à sua maneira, demonstrando todo o colorido orquestral diverso e delicado que lhe é característico.

6 Maio 2023
sábado, 18h00

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube
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