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Geralmente, uma sinfonia leva meses para ser composta. Mozart, entretanto, durante o verão de 1788, compôs três sinfonias em menos de dois meses: a Sinfonia nº 39 (K. 543) foi completada no dia 26 de junho; a Sinfonia nº 40 (K. 550), em 25 de julho; e a Sinfonia nº 41, "Júpiter" (K. 551), em 10 de agosto. Ao que tudo indica, as três não foram encomendadas por ninguém, mas Mozart raramente compunha sem um propósito. Em vista das dificuldades financeiras que passava na época, talvez ele estivesse planejando vendê-las a um editor ou executá-las em algum concerto em Viena. Ou, quem sabe, planejava uma turnê a Londres, como mais tarde fizera Haydn? Desde o início do século XVIII, vários compositores alemães encontraram sucesso artístico e financeiro em Londres. E, quando convidado a se apresentar em uma grande cidade, era comum o compositor levar consigo um conjunto de novas obras (o que ajudaria a explicar o inusitado conjunto de três sinfonias). Se essas eram suas intenções, ele não viveu para concretizá-las: Mozart faleceu em 5 de dezembro de 1791, antes que a possível turnê a Londres fosse realizada. Suas últimas sinfonias foram editadas apenas na virada do século e não se tem registro algum de que as três tenham sido executadas enquanto ele era vivo. "Júpiter", o subtítulo de sua mais grandiosa sinfonia, daquela que abriria definitivamente as portas para o romantismo musical do século seguinte, não se originou da pena de Mozart. Ironicamente, parece ter sido criado em Londres, pelo empresário Johann Peter Salomon, que levou Haydn à capital inglesa no ano de 1791 e que desejava levar Mozart no ano seguinte.