Celebração com estreia e Rachmaninov

Fabio Mechetti, regente
Joyce Yang, piano

|    Allegro

|    Vivace

SHOSTAKOVICH
L. MARTINELLI
RACHMANINOV
Abertura Festiva, op. 96
Concerto para orquestra (encomenda | estreia mundial)
Concerto para piano nº 3 em ré menor, op. 30

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

O mundo só conheceu Joyce Yang em 2005, quando a pianista conquistou a Medalha de Prata no Concurso Internacional de Piano Van Cliburn. Então com 19 anos, Yang – a mais jovem concorrente presente – levou não só o segundo lugar no prêmio mais importante da noite, como também mais duas vitórias. Desse momento em diante, a sul-coreana deu início a uma bem-sucedida carreira internacional, tendo se apresentado com algumas das principais orquestras do mundo, como as filarmônicas de Nova York, Los Angeles, da BBC e as sinfônicas de Chicago, São Francisco, Baltimore, Toronto, San Diego e Sydney. O primeiro contato de Joyce com o piano foi com a tia, aos quatro anos. Aos onze, mudou-se para os Estados Unidos para estudar na Juilliard School, onde apresentou o Concerto para piano nº 3 de Prokofiev com apenas doze anos. Em 2018, Yang foi indicada ao Grammy por um disco lançado em parceria com o violinista Augustin Hadelich.

Programa de Concerto

Abertura Festiva, op. 96 | SHOSTAKOVICH

Em novembro de 1954, Shostakovich recebeu uma encomenda de última hora para compor uma obra para as comemorações dos 37 anos da Revolução Russa de 1917. Em dois dias, ele concluiu a Abertura Festiva. Dizem que foi um processo tão rápido que, à medida que Shostakovich terminava de escrever cada página, alguém do Teatro Bolshoi passava em sua casa para pegar a partitura, a ponto de muitas páginas terem chegado ao Teatro com a tinta ainda por secar. Lev Lebedinsky, musicólogo e amigo de Shostakovich, conta que ele começou a compor a música no minuto em que recebeu a encomenda, em uma velocidade incrível: “Quando Shostakovich escrevia música leve, ele era capaz de conversar alegremente e compor simultaneamente, como Mozart”. Aliando temas de caráter popular com o melhor da música sinfônica russa, a Abertura Festiva provou ser um enorme sucesso. Em 1980, nos Jogos Olímpicos de Moscou, foram executados trechos dessa obra. Sua energia e brilho fazem dela uma das mais conhecidas do compositor.

Nascido em 1978, Leonardo Martinelli é um dos mais importantes compositores brasileiros de sua geração. Explorando diferentes gêneros orquestrais e camerísticos, tem construído uma obra versátil, que, nos últimos anos, voltou-se especialmente ao repertório lírico, com quatro óperas estreadas pelas principais casas do país. O Concerto para orquestra é uma encomenda em celebração aos quinze anos da Filarmônica de Minas Gerais. Como é característico dessa forma musical contemporânea (o primeiro concerto para orquestra foi escrito em 1925, por Paul Hindemith), a peça de Martinelli escolhe dar destaque não apenas a um, mas a todos instrumentos e naipes, valorizando os muitos timbres e contrastes possíveis em um conjunto sinfônico. Além de diversos solos instrumentais, o Concerto possui elementos pensados especificamente para a Filarmônica, como o uso de instrumentos típicos da percussão popular brasileira e a concepção da própria Sala Minas Gerais, sede da Orquestra desde 2015, como um instrumento musical, numa passagem que encerra de forma surpreendente esta obra cheia de cores e virtuosismo.

Tão exigente que chega a ser comparado a escalar o Himalaia, o Concerto para piano nº 3 de Rachmaninov é uma empreitada reservada somente aos grandes pianistas que aprenderam a manejar o instrumento com absoluta economia e destreza. Em 1909, Rachmaninov compôs a obra especialmente para sua primeira turnê aos Estados Unidos. Ele teve somente nove dias para ensaiar a dificílima parte solística, num teclado mudo, durante a travessia do Atlântico. A obra foi estreada no mesmo ano pela Sinfônica de Nova York, regida por Walter Damrosch, e reapresentada em 1910 pela Filarmônica de Nova York sob a regência de Gustav Mahler, com o próprio Rachmaninov como solista nas duas ocasiões. Sua fama de concerto inatingível e desgastante cresceu ainda mais com uma marcante cena do filme Shine, que deu a Geoffrey Rush o Oscar de melhor ator em 1996.

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2 mar 2023
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais

3 mar 2023
sexta-feira, 20h30

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