Concerto Especial – Quinze primaveras musicais

Fabio Mechetti, regente
Roman Simovic, violino

|    Especial

N. ROSAURO
R. STRAUSS
VILLA-LOBOS
RÓZSA
RAVEL
Mitos Brasileiros
Serenata, op. 7
Bachianas Brasileiras nº 9
Concerto para violino
La Valse

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

Violinista virtuoso e de grande criatividade, Roman Simovic já se apresentou em alguns dos palcos mais importantes do mundo, como o Carnegie Hall, o Bolshoi Hall do Conservatório Tchaikovsky e a Grand Opera House de Tel-Aviv. Como solista, esteve à frente da Sinfônica do Teatro Mariinsky, da orquestra do Teatro Regio Torino e das sinfônicas de Quebec e Nova Escócia, entre outras. Foi premiado em diversas competições internacionais, das quais se destacam o Prêmio Rodolfo Lipizer (Itália), o Sion-Valais (Suíça) e os concursos Yampolsky (Rússia) e Henryk Wieniawski (Polônia). Além de seu trabalho como solista, Simovic atua como spalla da Sinfônica de Londres desde 2010 e como professor visitante da Royal Academy of Music, uma das mais tradicionais do Reino Unido. Para o LSO Live, selo de sua orquestra, gravou os 24 caprichos para violino de Paganini. Seu instrumento é um Stradivari 1709, cedido em empréstimo pelo colecionador e filantropo Jonathan Moulds. Simovic foi o primeiro spalla da Filarmônica de Minas Gerais, em 2008 e 2009.

Programa de Concerto

Mitos Brasileiros | N. ROSAURO

O carioca Ney Rosauro é um dos principais compositores para percussão da atualidade. Escreveu mais de uma centena de peças para essa família de instrumentos, executadas por músicos e orquestras ao redor de todo o mundo. Seu estilo único é marcado por ritmos e melodias vibrantes e pela apropriação de elementos do folclore nacional, características bem perceptíveis em Mitos Brasileiros. Composta em 1989 para quarteto de percussão, a obra possui cinco movimentos, cada um deles inspirado em uma figura mítica da cultura popular: "Curupira", "Iara", "Saci-pererê", "Uirapuru" e "Mula sem cabeça". Ao longo da peça, diversos instrumentos pouco usuais no universo sinfônico são empregados para garantir a cada movimento um brilho singular, realçando a originalidade e a magia dos mitos inspiradores. O resultado é um passeio fascinante, cheio de surpresas e momentos espirituosos, como é característico do trabalho de Rosauro.

Obra de seus anos de juventude, a Serenata foi o primeiro sucesso de Richard Strauss fora de Munique, sua cidade natal. A composição chamou a atenção do grande maestro Hans von Bülow, que, depois, lhe ajudaria a conseguir um emprego como regente assistente em Meiningen, em 1885. Escrita em Mi bemol maior para treze instrumentos de sopro, a peça foi finalizada em 1881, quando Strauss tinha 17 anos e iniciava seus estudos na universidade. A escolha pelos sopros é possivelmente uma influência do pai, Franz Strauss, trompista reconhecido que, na época, liderava uma orquestra amadora chamada Wilde Gung'l. Com esse grupo, o jovem Richard pôde se aprofundar na linguagem orquestral, cujas possibilidades ele exploraria de maneira inovadora na década seguinte com seus poemas sinfônicos. A Serenata é, portanto, um ponto alto na obra straussiana antes da fase que o tornou conhecido em toda a Europa. Formulada como uma sonata, introduz um primeiro tema com o oboé, enquanto o clarinete abre um segundo tema, com um motivo curto que compõe o desenvolvimento crescente da peça até uma recapitulação das ideias iniciais no trecho final.

Entre as obras mais conhecidas de Villa-Lobos estão as nove Bachianas Brasileiras, escritas entre 1930 e 1945 como uma homenagem a Johann Sebastian Bach. Villa-Lobos permaneceu, ao longo de toda a vida, próximo à obra de Bach, com o qual dizia ter uma ligação espiritual, e realizou inúmeros arranjos de seus prelúdios e fugas para coro misto, conjuntos de violoncelos e também orquestra. Nas Bachianas, no entanto, não há citações diretas à obra do compositor alemão, mas sim uma constante utilização do contraponto e de procedimentos típicos do Barroco e do estilo bachiano, tais como o uso de melodias com motivos recortados em progressões. A Bachianas Brasileiras nº 9 é composta por dois movimentos. De caráter introdutório, o "Prelúdio: Vagaroso e místico" cresce pouco a pouco, até atingir texturas mais densas com utilização de registros extremos e maior volume sonoro. Em "Fuga: Poco apressado", Villa-Lobos trabalha essa forma polifônica característica do período Barroco de maneira bastante livre ao longo de três seções, a partir de um tema de caráter rítmico acentuado. A obra foi estreada por Eleazar de Carvalho, em novembro de 1948, regendo a Orquestra Sinfônica Brasileira.

O nome de Miklós Rózsa está invariavelmente associado à história do cinema, sendo ele autor de trilhas premiadas para clássicos como Ben-Hur, Pacto de sangue, Quando fala o coração e mais de cem outros filmes. Seu Concerto para violino foi escrito em 1953, durante um período em que trabalhava diretamente para os estúdios da MGM, em Hollywood. Aproveitando as férias na Itália, Rózsa procurou Jascha Heifetz, talvez o mais influente e admirado violinista de sua geração, para lhe oferecer o concerto que criaria. O combinado foi escrever uma proposta de primeiro movimento para aprovação do exigente Heifetz, mas Rózsa sentiu-se tão inspirado que entregou a peça completa em apenas seis semanas. O músico adorou o trabalho, propôs algumas mudanças e estreou o Concerto em janeiro de 1956. As críticas foram entusiasmadas e, logo depois, o próprio Heifetz gravou uma versão definitiva para a RCA. Tal como outros concertos de Rózsa, a obra impressiona pela imponência virtuosística e apresenta referências à cultura musical húngara, país de origem do compositor. Anos depois, o Concerto para violino seria revisitado por Rózsa a pedido de seu amigo e colaborador frequente Billy Wilder, servindo de base para a trilha sonora do filme A vida íntima de Sherlock Holmes, lançado em 1970.

Ravel tem seu nome indissoluvelmente ligado à dança. Ela aparece, na obra do compositor, a evocar os mais diversos sentimentos e estados de espírito. A composição do poema coreográfico La Valse teve um percurso peculiar. Desde 1906, Ravel acalentava a ideia de homenagear o célebre compositor vienense Johann Strauss e iniciou a composição de um poema sinfônico. A eclosão da Primeira Guerra Mundial interrompeu o trabalho, retomado em 1919, quando Diaghilev, diretor dos Balés Russos, convenceu o compositor a transformar o projeto em um balé. Porém, ao ouvir La Valse em versão para piano a quatro mãos – apresentada, em 1920, por Ravel e Alfredo Casella –, Diaghilev teria dito tratar-se de uma obra-prima, porém inadequada para versão coreográfica: era “apenas a pintura de um balé”. La Valse é toda fantasia, emoção, arrebatamento. Foi estreada como peça de concerto em 12 de dezembro de 1920 e, nove anos após a estreia, graças aos esforços de Ida Rubinstein (célebre bailarina e atriz russa), a Ópera de Paris apresentou a primeira coreografia feita para a obra.

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25 fev 2023
sábado, 20h30

Sala Minas Gerais
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