Concertos para a Juventude – Ritmo

José Soares, regente

|    Concertos para a Juventude

SHOSTAKOVICH
BACH
BERLIOZ
BEETHOVEN
STRAUSS JR.
L. SCHIFRIN
Abertura Festiva, op. 96
Suíte nº 4 em Ré maior, BWV 1069: Bourrée I & II e Minuetos I & II
A danação de Fausto: Marcha Húngara
Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92: 1º movimento
Vozes da Primavera, op. 410
Missão Impossível

José Soares, regente

Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores. Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (Tokyo International Music Competition for Conducting 2021), recebendo também o prêmio do público. Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo, iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou com o maestro Claudio Cruz e teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin. Foi orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. Pelo Prêmio de Regência recebido no festival, atuou como regente assistente da Osesp na temporada 2018. José Soares foi aluno do Laboratório de Regência da Filarmônica e convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Em 2023, estreia como convidado da Osesp e de orquestras no Japão.

Programa de Concerto

Abertura Festiva, op. 96 | SHOSTAKOVICH

Em novembro de 1954, Shostakovich recebeu uma encomenda de última hora para compor uma obra para as comemorações dos 37 anos da Revolução Russa de 1917. Em dois dias, ele concluiu a Abertura Festiva. Dizem que foi um processo tão rápido que, à medida que Shostakovich terminava de escrever cada página, alguém do Teatro Bolshoi passava em sua casa para pegar a partitura, a ponto de muitas páginas terem chegado ao Teatro com a tinta ainda por secar. Lev Lebedinsky, musicólogo e amigo de Shostakovich, conta que ele começou a compor a música no minuto em que recebeu a encomenda, em uma velocidade incrível: “Quando Shostakovich escrevia música leve, ele era capaz de conversar alegremente e compor simultaneamente, como Mozart”. Aliando temas de caráter popular com o melhor da música sinfônica russa, a Abertura Festiva provou ser um enorme sucesso. Em 1980, nos Jogos Olímpicos de Moscou, foram executados trechos dessa obra. Sua energia e brilho fazem dela uma das mais conhecidas do compositor.

Em algum dos concertos realizados por Johann Sebastian Bach no Café Zimmermann entre 1730 e 1731, a Suíte nº 4 em Ré maior foi ouvida pela primeira vez. A história mais conhecida afirma que Bach compôs suas quatro suítes orquestrais para os ricos comerciantes de Leipzig, Alemanha. Como diretor da Collegium Musicum desde 1729, Bach teve de criar peças orquestrais independentes, e as quatro suítes que conhecemos hoje foram escritas seguindo um estilo francês, sendo a quarta a que apresenta tal característica mais enfaticamente. Para a composição da peça, foi importante seu período em Luneburgo e o contato com a corte de Celle na juventude, locais onde predominava a música francesa. Um dos aspectos relevantes que a Suíte nº 4 manifesta está logo no primeiro movimento. Intitulada Ouverture (não por acaso), a abertura se dá em uma estrutura lenta-rápida-lenta, em que a mudança de andamento da fuga central garante à obra uma grande vivacidade. Os outros movimentos, Bourrée, Gavotte e Menuett, são, ainda, a exibição de um catálogo de danças das cortes de diferentes partes daquele país. Réjouissance, ou seja, o regozijo final traz a suíte a uma conclusão carregada de brilho sonoro combinada a uma complexidade rítmica.

No dia 8 de dezembro de 1813, Beethoven realizou na Universidade de Viena a primeira audição da Sétima Sinfonia. A pedido do público, o segundo movimento foi repetido como bis. O sucesso teve um significado especial para o compositor, pois, ao eleger o ritmo como elemento dominante da sinfonia, ele o idealizou como fator socializante, capaz de moldar os sentimentos coletivos (coincidentemente, a estreia ocorreu por ocasião de um concerto beneficente para os inválidos das guerras napoleônicas). Sob o aspecto da predominância do elemento rítmico, a Sétima se assemelha à Quinta. Entretanto, há entre elas uma diferença estrutural. Na Sinfonia nº 5, a força e a unidade advêm da recorrência da mesma célula rítmica em todos os movimentos; na Sétima, ao contrário, cada andamento é modelado e diferenciado por um padrão rítmico próprio. A estratificação de uma figura rítmica persistente, facilmente perceptível em cada parte, define o perfil da Sinfonia como um todo.

Vozes da primavera foi composta em 1883 para demonstração de coloratura da soprano Bianca Bianchi, uma estrela da Ópera de Viena. O poema, escrito pelo libretista Richard Genée, é, justamente, sobre o canto – especificamente o canto de uma cotovia e de um rouxinol. Enquanto a brisa desperta nos campos e o céu se manifesta ilimitadamente azul, as flores multicoloridas anunciam o despertar da primavera. O vertiginoso ritmo cruzado das vozes é uma das mais atraentes e rapidamente identificáveis melodias de J. Strauss Jr. Após uma bem-sucedida estreia em uma matinê em Viena, em 1883, Strauss rapidamente adaptou o trabalho para uma peça orquestral. Apenas dezessete dias depois da estreia da versão vocal, em 18 de março, a versão orquestral foi apresentada ao público pela Strauss Orchestra, conduzida pelo irmão de Johann, Eduard.

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26 mar 2023
domingo, 11h00

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube
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