Em algum dos concertos realizados por Johann Sebastian Bach no Café Zimmermann entre 1730 e 1731, a Suíte nº 4 em Ré maior foi ouvida pela primeira vez. A história mais conhecida afirma que Bach compôs suas quatro suítes orquestrais para os ricos comerciantes de Leipzig, Alemanha. Como diretor da Collegium Musicum desde 1729, Bach teve de criar peças orquestrais independentes, e as quatro suítes que conhecemos hoje foram escritas seguindo um estilo francês, sendo a quarta a que apresenta tal característica mais enfaticamente. Para a composição da peça, foi importante seu período em Luneburgo e o contato com a corte de Celle na juventude, locais onde predominava a música francesa. Um dos aspectos relevantes que a Suíte nº 4 manifesta está logo no primeiro movimento. Intitulada Ouverture (não por acaso), a abertura se dá em uma estrutura lenta-rápida-lenta, em que a mudança de andamento da fuga central garante à obra uma grande vivacidade. Os outros movimentos, Bourrée, Gavotte e Menuett, são, ainda, a exibição de um catálogo de danças das cortes de diferentes partes daquele país. Réjouissance, ou seja, o regozijo final traz a suíte a uma conclusão carregada de brilho sonoro combinada a uma complexidade rítmica.