Concertos, piano e a Europa Central

Fabio Mechetti, regente
Benedetto Lupo, piano

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LIGETI
SCHUMANN
BARTÓK
Concerto Romanesco
Concerto para piano em lá menor, op. 54
Concerto para orquestra

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

O reconhecimento internacional do pianista italiano Benedetto Lupo consolidou-se após a conquista da medalha de bronze no Concurso Internacional de Piano Van Cliburn, em 1989. Ao longo de sua carreira, venceu outros inúmeros concursos e prêmios, além de ter realizado concertos e recitais nos principais teatros e salas do mundo. Como solista, já se apresentou com várias orquestras nas Américas do Norte e do Sul e na Europa. Também trabalhou com maestros reconhecidos, a exemplo de Stanislaw Skrowaczewski, Umberto Benedetti Michelangeli, Michel Plasson, Alain Lombard, Peter Maag, Kent Nagano, Daniele Callegari, Aldo Ceccato, Vladimir Jurowski e Michael Stern. De sua discografia, fazem parte registros para os selos Teldec, BMG e ARTS, com destaque para a gravação da obra completa de Schumann para piano e para o registro do Concerto Soirée de Nino Rota, que foi seu mentor nos anos de formação no Conservatório Piccinni, em Bari (Itália).

Programa de Concerto

Concerto Romanesco | LIGETI

György Ligeti nasceu em 1923 na região da Transilvânia, território da Hungria na época, hoje parte da Romênia. Sua família era de origem judaica (inclusive, o famoso violinista e professor Leopold Auer era seu tio-avô) e sofreu fortemente com a invasão do exército nazista e com o regime totalitário que se instalou no país em seguida. Em 1949, Ligeti concluiu seus estudos em música e começou a ganhar fama como compositor em Budapeste. Sua produção nesse período – que inclui o Concerto Romanesco, escrito em 1952 – é muito marcada pela valorização do folclore e da tradição local, uma demanda do governo liderado pelo stalinista Mátyás Rákosi. Segundo o próprio Ligeti, apesar de se adequar bem às regras do regime, o Concerto Romanesco contém pequenas dissonâncias “subversivas” propositais, apontando para as tendências experimentais que marcariam sua carreira nos anos seguintes ao mesmo tempo em que demonstra todo o apreço do compositor pela cultura musical romena de suas raízes.

O Concerto em lá menor foi originalmente concebido por Schumann como uma fantasia para piano e orquestra dedicada a sua esposa, Clara Schumann, que escreveu em seu diário: “Robert compôs um belo último movimento para a sua Fantasia para piano e orquestra em lá menor, de tal forma que ela acabou por se transformar em um concerto, que tocarei no próximo inverno”. Se a fantasia se mostra principalmente no primeiro movimento, o fato é que a ideia nunca foi de todo abandonada, o que se reflete no aspecto cíclico da obra acabada. Assim, Schumann consegue extrapolar estruturalmente os esquemas formais clássicos, propondo um conceito relativamente original para o concerto de instrumento solista. André Boucourechliev, importante biógrafo do compositor, afirma que Schumann é o mais romântico dos músicos românticos. Pensando com ele, talvez seja possível dizer que o seu Concerto para piano é o mais romântico dos concertos românticos.

O Concerto para orquestra é uma obra de síntese e de superação. Nele, temas e procedimentos composicionais inspirados em tradições populares e na música erudita convivem, de forma orgânica, em um tecido composicional exuberante. A obra, por sua riqueza de atmosferas, de contrastes e, particularmente, por sua força e vitalidade, não deixa entrever as provações e os sofrimentos pelos quais passava Béla Bartók. Exilado nos Estados Unidos em virtude da ascensão do nazismo na Hungria, o compositor enfrentava dificuldades materiais, sentia falta da terra natal e, já nessa ocasião, sofria da leucemia que viria a vitimá-lo. Apesar disso, o concerto dá mostras de transcendência diante das adversidades, como podemos depreender dos comentários do próprio compositor, em nota de programa na qual ressalta o percurso dos cinco movimentos. Para Bartók, essa obra, apesar do espírito extrovertido do segundo movimento, “apresentava uma transição gradual da severidade do primeiro” e da “lúgubre canção de morte do terceiro” em direção à “afirmação de vida” que marca o movimento conclusivo. Essa trajetória tem como ponto de partida uma atmosfera de música noturna e culmina no vigor e trepidação rítmica do movimento final.

11 Maio 2023
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais

12 Maio 2023
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais
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