Contrastes em uma noite russa

Thomas Sanderling, regente convidado

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PROKOFIEV
RACHMANINOV
TCHAIKOVSKY
Sinfonia nº 7 em dó sustenido menor, op. 131
A Rocha, op. 7
A bela adormecida: Suíte, op. 66a

Thomas Sanderling, regente convidado

Thomas Sanderling nasceu em São Petersburgo em 1942, durante o período em que seu pai, o famoso maestro Kurt Sanderling, atuava como regente da orquestra filarmônica da cidade. Com apenas 24 anos, foi nomeado diretor musical da Halle Opera. Foi o primeiro a gravar a Suíte sobre versos de Michelangelo Buonarroti, de Shostakovich, trabalho que lhe rendeu a admiração e uma vaga de assistente com Herbert von Karajan e também com Leonard Bernstein. A lista de orquestras que já tocaram sob a batuta de Thomas Sanderling inclui a Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara, as sinfônicas de Pittsburgh, de Montreal e as filarmônicas de Londres, Oslo, Tcheca, NDR, Real de Estocolmo e São Petersburgo. Sanderling teve uma longa relação de amizade com Shostakovich. Eles se conheceram na estreia do regente em Moscou, à frente da Orquestra Estatal da Rússia. Impressionado, o compositor confiou a Sanderling a tradução para o alemão dos textos das suas 13ª e 14ª sinfonias, e o maestro conduziu as estreias alemãs de ambas as obras.

Programa de Concerto

Sinfonia nº 7 em dó sustenido menor, op. 131 | PROKOFIEV

A Sétima Sinfonia de Prokofiev, composta em 1952, poucos meses antes de sua morte, nasceu de uma encomenda da Seção de Música para a Juventude da Rádio de Moscou. O compositor utilizou uma linguagem simples, destituída de conflitos, de energia positiva e controlada. Tendo em mente uma plateia jovem, evita o tom bombástico ou patético e valoriza a limpidez de extensas linhas melódicas, inspirando-se assumidamente em Tchaikovsky. O poético primeiro movimento utiliza todos os recursos instrumentais da paleta russa tradicional, valorizando a separação dos timbres. O segundo possui caráter otimista, jovial e despreocupado, mostrando a alegria de viver de um compositor que, entretanto, se encontrava doente, amargurado e cético. O terceiro movimento faz uma apologia da valsa, lembrando o Prokofiev dos bailados. O final, simultaneamente lírico e festivo, oferece sonoridades cintilantes obtidas pelo emprego inusitado das campanas.

Finalizado quando Rachmaninov tinha somente vinte anos, o poema sinfônico A Rocha foi escrito no verão de 1893, na tranquilidade de uma casa de campo perto de Carcóvia. Uma nota na partitura declara que a obra foi escrita à luz de um poema de mesmo nome do influente escritor russo Mikhail Lermontov, mas descobriu-se depois que a verdadeira inspiração foi um conto de Tchekov chamado “Na estrada”, que usa versos do poema de Lermontov na epígrafe. O texto conta a história de dois viajantes, uma jovem mulher e um senhor de mais idade, que se encontram em uma pousada isolada na véspera de Natal. Rachmaninov apresenta o trabalho com um tema para violoncelo e contrabaixo, que prepara a entrada do fagote, representando o homem, e da flauta, representando a moça. A Rocha foi estreada em São Petersburgo em 1896, sob a condução de Alexander Glazunov.

A bela adormecida é um balé que não pode ser criticado; só pode ser redescoberto”, escreveu a crítica Arlene Croce na revista The New Yorker. Originalmente encomendada por Ivan Vsevolozhsky, diretor do Teatro Imperial de São Petersburgo, em 1886, tinha como proposta inicial que Piotr Ilitch Tchaikovsky escrevesse uma obra dedicada à figura mitológica de Ondina; porém, o autor não conseguiu avançar no trabalho e adiou a entrega do manuscrito. Vsevolozhsky entregou a Tchaikovsky um folheto contendo o famoso conto de fadas La Belle au bois dormant, que despertou o imediato interesse do compositor. Influenciado pelas severas críticas recebidas em 1877 por sua criação anterior, O lago dos cisnes, e pela existência de uma primeira versão de Ondina, destruída pelo compositor, o mestre do romantismo russo buscava evitar os problemas enfrentados no passado. Para isso, manteve-se aberto a possíveis modificações e trabalhou em colaboração próxima com o coreógrafo Marius Petipa. Terminada às oito da noite de 26 de maio de 1889, A bela adormecida foi estreada em 15 de janeiro de 1890, obtendo críticas positivas do público e até um “muito bom” – ainda que seco – do Czar Alexander III. A obra é não somente a mais consistente dos três balés de Tchaikovsky, como também aquela que mais perfeitamente define a essência do balé clássico. Como delineou Arlene Croce, “A verdadeira magia de A bela adormecida, até mesmo para dançarinos, é criada pela partitura de Tchaikovsky. A partitura é o balé”.

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