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Desde a sua concepção, Assim falou Zaratustra é uma obra de ambições grandiosas, tão elevadas quanto o sucesso que encontrou junto ao público desde sua estreia, em 1896. Sua popularidade cresceu ainda mais depois que seu movimento introdutório foi usado como trilha sonora do filme 2001: Uma odisseia no espaço, passando a ser fortemente associado a imagens de exploração espacial e da imensidão das galáxias. E, na gênese da composição, encontramos esse mesmo desejo de exploração de um lugar aparentemente infinito. Porém, tal qual no texto de Nietzsche que o inspirou, a vastidão que interessa a Strauss é a vastidão do potencial humano. Na filosofia nietzschiana, Strauss encontrou a abordagem agnóstica e provocadora com a qual se identificava e lançou-se ao desafio de adaptar os ensinamentos do profeta Zaratustra (uma representação alegórica do próprio Nietzsche) em um poema sinfônico. Nesse sentido, menos do que narrar uma história, a intenção de Strauss em Assim falou Zaratustra está em expor uma visão de mundo e em colocar as grandes questões sobre Deus, a natureza e o ser humano. O resultado é uma obra profundamente marcante, que, em sua imponência, nos convida a reconsiderar nossas próprias crenças, nossos valores e as possibilidades de nossa existência.