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Escalas, a mais popular das obras de Jacques Ibert, foi escrita entre 1921 e 1922, como trabalho obrigatório do então pensionista da Villa Médicis. Trata-se de uma suíte orquestral cujos movimentos, por sugestão do editor, receberam títulos alusivos a um cruzeiro do compositor pelo Mediterrâneo — na Costa Italiana, na Tunísia e na Espanha. A música, deliberadamente pitoresca e ilustrativa, explora motivos populares dos locais retratados. Assim, a primeira escala, de Roma a Palermo (Calme), inicia-se com um tema inspirado no folclore italiano, exposto pela flauta, depois pelo oboé, sobre um fundo noturno de cordas e harpas. Um accelerando, ritmado por rufos de pandeiros, sugere um belo amanhecer; e a viagem continua, com o retorno ao andamento anterior. No trecho de Tunis a Nefta (Modéré très rythmé), um oboé apresenta uma melodia árabe, sobre uma escala oriental. Finalmente, em Valência (Animé), a Espanha revela-se banhada de luz, em uma sequência rapsódica de danças populares. Escalas estreou em Paris, em 1924, na sala Gaveau, sob a direção de Paul Paray.