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A Sinfonia Fantástica representa uma revolução na história do gênero sinfônico. Partindo da sugestão descritiva beethoveniana da Sinfonia Pastoral, referindo-se sempre às formas clássicas, a Fantástica inspira os poemas sinfônicos de Franz Liszt, cujas formas musicais têm potencial de suscitar imagens, de narrar histórias e até de transmitir conteúdos filosóficos. Nesta sinfonia, Berlioz utiliza um tema recorrente, a idée fixe, célula musical que percorre ciclicamente toda a composição. Berlioz deu à Fantástica o subtítulo “Cenas da vida musical de um artista”, sendo seu programa, segundo alguns comentadores, uma autêntica autobiografia romântica. A idée fixe, que representa a imagem obsessiva da amada do herói, seria o elemento condutor da narrativa e reaparece com variações, de acordo com o estado de espírito do sugerido eu-lírico. Berlioz descreve seu plano do drama instrumental em cinco movimentos: “Devaneios e paixões”, em que o herói oscila entre a experiência melancólica e o júbilo da expectativa de encontrar-se com a amada; “Um Baile”, cuja valsa sugere o encontro dos amantes; “Cena no campo”, que descreve uma noite de verão campestre, na qual a amante reaparece, perturbando a paz almejada pelo herói; “Marcha ao cadafalso”, que representa o sonho da morte da amada, sugerindo uma procissão lúgubre; “Sonho de uma noite de Sabá”, em que uma cena fantástica é descrita com sons sobrenaturais, conduzindo para uma dança grotesca no momento do sepultamento da amada.