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Em 1844 Schumann sofreu um colapso nervoso. Os sintomas agravaram-se em dezembro, levando-o a uma improdutividade quase total no ano seguinte. Escreveu então a Mendelssohn sobre o quanto estava difícil colocar umas poucas notas no papel. Então, subitamente, na segunda semana de dezembro, sua Sinfonia nº 2 começou a surgir e, em três semanas, já estava pronta. Em fevereiro de 1846 Schumann começou a orquestrá-la, mas, com a volta de sua doença, passou a experimentar longos períodos de exaustão, depressão e obsessões. Lutou bravamente o ano inteiro até conseguir terminar a partitura em outubro. A estreia se deu em novembro, com a Orquestra da Gewandhaus de Leipzig, sob regência de Mendelssohn.
Embora muitos dos temas da Segunda Sinfonia façam referência a melodias de J. S. Bach e Beethoven, o caráter da peça nem de longe lembra a obra desses mestres. Para Schumann, o mestre da sinfonia não era Beethoven e, sim, Schubert. O Beethoven de Schumann era, principalmente, o Beethoven das últimas sonatas para piano, livre da rigidez formal clássica. E o Bach de Schumann era essencialmente o Bach contrapontístico da Oferenda musical e do Cravo bem temperado. Assim, o intimismo de Schumann – aliado à expressividade schubertiana, ao contraponto bachiano e ao frescor das últimas sonatas de Beethoven – gerou uma sinfonia extremamente original e pessoal.