O violino de Tchaikovsky

Fabio Mechetti, regente
Tatiana Samouil, violino

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SCHUMANN
TCHAIKOVSKY
Sinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61
Concerto para violino em Ré maior, op. 35

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

Nascida em uma família de músicos, a russa Tatiana Samouil descobriu a paixão pelo violino com apenas cinco anos. Aos nove, fez sua estreia com a Orquestra Nacional de Moldávia, sob a tutela de seu pai, Alexandru Samoila. Quando completou quatorze anos, foi selecionada para o programa russo “Novos nomes”, tendo a oportunidade de tocar nas mais reconhecidas salas de concerto de seu país e da Europa. Foi aluna de Maia Glezarova e Igor Oistrakh. Sob a orientação de Oistrakh, Tatiana Samouil conquistou, no intervalo de apenas três anos, algumas das mais prestigiadas competições internacionais de violino, entre elas a Competição Internacional de Tchaikovsky, na Rússia (2002); o Concurso Rainha Elisabeth, na Bélgica (2001); a Competição Internacional Michael Hill, na Nova Zelândia (2001), e a Competição Internacional de Violino Jean Sibelius, na Finlândia (2000). Além da sólida trajetória musical, Tatiana é professora de violino na Chapelle Musicale Reine Elisabeth e no Antwerpen Royal Conservatory, ambos sediados na Bélgica, e também no Musikene Superior Arts Center, na Espanha.

Programa de Concerto

Sinfonia nº 2 em Dó maior, op. 61 | SCHUMANN

Em 1844 Schumann sofreu um colapso nervoso. Os sintomas agravaram-se em dezembro, levando-o a uma improdutividade quase total no ano seguinte. Escreveu então a Mendelssohn sobre o quanto estava difícil colocar umas poucas notas no papel. Então, subitamente, na segunda semana de dezembro, sua Sinfonia nº 2 começou a surgir e, em três semanas, já estava pronta. Em fevereiro de 1846 Schumann começou a orquestrá-la, mas, com a volta de sua doença, passou a experimentar longos períodos de exaustão, depressão e obsessões. Lutou bravamente o ano inteiro até conseguir terminar a partitura em outubro. A estreia se deu em novembro, com a Orquestra da Gewandhaus de Leipzig, sob regência de Mendelssohn. Embora muitos dos temas da Segunda Sinfonia façam referência a melodias de J. S. Bach e Beethoven, o caráter da peça nem de longe lembra a obra desses mestres. Para Schumann, o mestre da sinfonia não era Beethoven e, sim, Schubert. O Beethoven de Schumann era, principalmente, o Beethoven das últimas sonatas para piano, livre da rigidez formal clássica. E o Bach de Schumann era essencialmente o Bach contrapontístico da Oferenda musical e do Cravo bem temperado. Assim, o intimismo de Schumann – aliado à expressividade schubertiana, ao contraponto bachiano e ao frescor das últimas sonatas de Beethoven – gerou uma sinfonia extremamente original e pessoal.

Aos 37 anos, após uma união desastrada com sua aluna Antonina Miliukova, Tchaikovsky se refugiara no balneário suíço de Clarens, à beira do Lago de Genebra, para recuperar-se do colapso nervoso causado por esse casamento que durara apenas seis semanas. A estada em Clarens parece ter-lhe feito muito bem. Nos seis meses em que lá esteve compôs algumas de suas obras mais importantes: a Sinfonia nº 4, a ópera Eugene Onegin e o Concerto para violino. Escrito em apenas um mês, o Concerto é ainda hoje considerado uma das mais belas e difíceis obras para o instrumento. Tchaikovsky inicialmente a dedicou ao violinista Leopold Auer, porém, Auer não se entusiasmou muito e considerou a peça impossível de ser tocada. Tchaikovsky providenciou uma segunda edição, dedicada ao violinista Adolph Brodsky, que o tocou pela primeira vez em Viena, no dia 4 de dezembro de 1881, sob a regência de Hans Richter. Presente à estreia, o crítico Eduard Hanslick sentiu-se profundamente incomodado com o último movimento. Para ele, a maneira direta com que Tchaikovsky criara a atmosfera festiva cigana era obscena e incivilizada: “quando se escuta esta música, é possível ver uma série de rostos selvagens, ouvir seu linguajar bárbaro e sentir o cheiro de bebida”. Talvez para ele, e para os vienenses da época, isso fizesse sentido. Para nós, não é nada mais que uma música divina e encantadora, com um sabor exótico de um mundo distante.

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30 mar 2023
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube

31 mar 2023
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais
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